Evolução da rotação de anãs brancas rápidas e magnéticas remanescentes de fusões de binárias de anãs brancas.
Nome: ISABELLE ASSIS LACERDA
Data de publicação: 26/08/2024
Banca:
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Papel |
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CÉSAR HENRIQUE LENZI | Examinador Externo |
DAVI CABRAL RODRIGUES | Examinador Interno |
JAZIEL GOULART COELHO | Presidente |
MANOEL FELIPE SOUSA | Examinador Externo |
Resumo: No meio da população de anãs brancas, existe um grupo com características incomuns que desafiam o modelo de evolução de uma única estrela para explicar sua origem. Essas anãs brancas são massivas, altamente magnéticas e de rápida rotação, com massas que se aproximam do limite de Chandrasekhar, campos de intensidade entre 106 G e 109 G e períodos na faixa de minutos e até segundos. Uma proposta para o processo de formação desses objetos é a coalescência de um sistema binário de anãs brancas, cuja conservação de massa, momento angular e fluxo magnético pode explicar seus parâmetros particulares.
Esta dissertação estuda a evolução da rotação da anã branca rápida, massiva e magnética RE J0317-853 (EUVE J0317-85.5), partindo do pressuposto de que sua origem tenha sido na fusão de um sistema duplo degenerado. Para nossa investigação, adotamos a modelagem desenvolvida por Sousa et al. (2022). No contexto pós-fusão, a anã branca se encontra cercada por um disco de detritos, com a presença de um fluxo de matéria em direção à estrela. Calculamos que a rotação da anã branca passa por três fases distintas, atreladas ao torque em atuação sobre ela, passando a maior parte de sua vida sofrendo frenagem magnética. Para uma taxa de acreção M = 1,13 × 107 M/ano e um disco de massa Md = 0,31 M, RE J0317-853 pode atingir o período observado de 725,7 s em aproximadamente 0,2 Ga. Estimamos duas possíveis configurações para o sistema de
origem dessa anã branca em função da razão de massa entre as progenitoras. RE J0317-853 pode ser o produto da fusão de um sistema de anãs brancas de massas 1,00 M e 0,50 M, ou pode ter sido formada pela coalescência de progenitoras de massas 0,75 M e 0,74 M. Os resultados obtidos neste estudo se assemelham aos resultados de Sousa et al. (2022), que, por sua vez, são semelhantes à configuração do sistema duplo degenerado conhecido NLTT 12758 estudado por Kawka et al. (2016). Outro sistema binário composto por anãs brancas de massas similares às nossas estimativas é o sistema formado pela anã branca magnética NLTT 44447 (também identificada como LP 226-48), com 0,94 M, e sua companheira não-magnética, com 0,54 M (KAWKA et al., 2016). Contudo, esse sistema carece de medições do período orbital e do período rotacional das estrelas. Futuras
medições desses parâmetros nos permitiriam uma melhor avaliação da semelhança entre nossa estimativa e o sistema em questão, indicando se esse sistema binário poderia passar por coalescência.